segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Seja bem-vindo ao blog Filosofia e Educação!


Nós, Lidiany Patrícia B. da SilvaAline Leopoldina da Silva e Ingrid Catarina Gomes temos o prazer de criar este blog educacional onde postaremos textos relacionados à Filosofia e Educação. Somos alunas do curso de Pedagogia (2° Semestre) da Universidade Anhanguera de São Paulo - UNIAN/SP ( Unidade ABC). No curso temos a matéria de Fundamentos Filosóficos da Educação, ministrada pela professora Eleandra Lelli, onde discutimos e aprendemos sobre a importância da filosofia para a educação e como as duas estão ligadas.
Compartilharemos textos, reflexões, imagens etc, abordando os fundamentos filosóficos, ideias e questões relacionadas ao tema. Esperamos que gostem e participem com comentários, reflexões etc. 
Agradecemos sua visita ao nosso blog! 
    

domingo, 23 de novembro de 2014


         A Filosofia está completamente presente na Educação, principalmente na parte de que envolve qualidade e melhorias, ela é a principal responsável pela a evolução de métodos e formas de aprendizagem. Com isso, publicaremos sobre filósofos e pensadores que auxiliaram na transformação da Educação com pensamentos, ideias e/ou ações, os escolhidos são: Decroly, Dewey, Marx e Sérgio Buarque de Holanda.  

DECROLY

          Jean Ovide Decroly nasceu em 1871, na Bélgica, filho de um industrial e de uma professora de música. Formou-se em medicina, estudando neurologia na Bélgica e na Alemanha. Sua atenção foi focada desde o início para as crianças deficientes mentais, com isso, fez sua transição da medicina para a educação. Por essa época criou uma disciplina, a "pedotecnia", dirigida ao estudo das atividades pedagógicas coordenadas ao conhecimento da evolução física e mental das crianças. Em 1907, fundou e dirigiu a École d’Ermitage, em Bruxelas, para crianças consideradas "normais". A escola, que se tornou célebre em toda a Europa, serviu de espaço de experimentação para o próprio Decroly que aplicou ao ensino de crianças normais as conclusões extraídas da educação de excepcionais “Montessoriana”.  Decroly escreveu mais de 400 livros, mas nunca sistematizou seu método por escrito, por julgá-lo em construção permanente. Morreu em 1932, em Uccle, na região de Bruxelas. 
         Entre os pensadores da educação que, na virada do século 19 para o 20, contestaram o modelo de escola que existia até então e propuseram uma nova concepção de ensino, o belga Ovide Decroly foi provavelmente o mais combativo. Por ter sido, na infância, um estudante indisciplinado, que não se adaptava ao autoritarismo da sala de aula nem do próprio pai, Decroly dedicou-se apaixonadamente a experimentar uma escola centrada no aluno, e não no professor, e que preparasse as crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas conhecimentos destinados a sua formação profissional. 
      Decroly foi um dos precursores dos métodos ativos, fundamentados na possibilidade de o aluno conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender. Alguns de seus pensamentos estão bem vivos nas salas de aula e coincidem com propostas pedagógicas difundidas atualmente. É o caso da ideia de globalização de conhecimentos - que inclui o chamado método global de alfabetização - e dos centros de interesse. O princípio de globalização de Decroly se baseia na ideia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente pode se organizar em partes, ou seja, que vai do caos à ordem. O modo mais adequado de aprender a ler, portanto, teria seu início nas atividades de associação de significados, de discursos completos, e não do conhecimento isolado de sílabas e letras.
      Os centros de interesse são grupos de aprendizado organizados segundo faixas de idade dos estudantes. Eles também foram concebidos com base nas etapas da evolução neurológica infantil e na convicção de que as crianças entram na escola dotadas de condições biológicas suficientes para procurar e desenvolver os conhecimentos de seu interesse. "A criança tem espírito de observação; basta não matá-lo", escreveu Decroly. 
        O conceito de interesse é fundamental no pensamento de Decroly. Segundo ele, a necessidade gera o interesse e só este leva ao conhecimento. Para ele, as quatro necessidades humanas principais são comer, abrigar-se, defender- se e produzir. Decroly preferia o trabalho em grupos, uma vez que a escola, para ele, deveria preparar para o convívio em sociedade.
      Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu.
        No campo da expressão, Decroly dedicou cuidadosa atenção à questão da linguagem. Para ele, não só a palavra é meio de expressão mas também, entre outros, o corpo, o desenho, a construção e a arte. 
Com a ampliação do conceito de linguagem, que a linguística viria a atestar, Decroly pretendia dissociar a ideia de inteligência da capacidade de dominar a linguagem convencional, valorizando expressões "concretas" como os trabalhos manuais, os esportes e os desenhos.

            A marca principal da escola decroliana são os centros de interesse, nos quais os alunos escolhem o que querem aprender. São eles também que constroem o próprio currículo, segundo sua curiosidade e sem a separação tradicional entre as disciplinas. Os planos de estudo dos centros de interesse podem surgir, entre as crianças menores, das questões mais corriqueiras.

Frases (Decroly):


"Convém que o trabalho das crianças não seja uma simples cópia; é necessário que
seja realmente a expressão de seu pensamento"

"O meio natural é o verdadeiro material intuitivo capaz de estimular forças escondidas da criança"

Autorretrato (Decroly):



Fonte da imagem: Educar para Crescer (site)

DEWEY


          John Dewey nasceu em 1859 em Burlington, no estado norte-americano de Vermont.  Estudou artes e filosofia e tornou-se professor da Universidade de Minnesota. Escreveu sobre filosofia e Educação, além de arte, religião, moral, teoria do conhecimento, psicologia e política. Seu interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia incorporado às descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais. Fiel à causa democrática, ele participou de vários movimentos sociais. Criou uma universidade-exílio para acolher estudantes perseguidos em países de regime totalitário. Morreu em 1952, aos 93 anos. 
Acreditava na necessidade de valorização da capacidade de pensar dos alunos. Na importância de prepara-los para questionar a realidade, de unir teoria e prática e no uso da problematização, com isso, influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. 
Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo, uma vez que, para essa escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo, educando para o crescimento físico, emocional e intelectual. 
          O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional, mas também no interior das escolas.
        Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia a dia. Outro ponto chave de sua teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam de discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento", escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada.
            Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo. 
            “Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A Educação, na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo. A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.
 A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas ideias do educador.

Frases (John Dewey): 

"O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter." 

"A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento."

Autorretrato (John Dewey): 



Fonte da Imagem: Educar para Crescer (site)

MARX



         Karl Heinrich Marx nasceu em 1818, Alemanha, cursou Filosofia, Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim. Era economista, cientista social, revolucionário socialista e idealizador de uma sociedade com uma distribuição de renda justa e equilibrada.
 Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Seu envolvimento com radicais franceses e alemães, no período de 1840, fez com que ele levantasse a bandeira do comunismo e atacasse o sistema capitalista. Segundo este economista, o capitalismo era o principal responsável pela desorientação humana. Ele defendia a ideia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais. 
Este grande revolucionário, que também participou ativamente de organizações clandestinas com operários exilados, foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867, que tem como tema principal a economia. Seu livro mostra estudos sobre o acúmulo de capital, identificando que o excedente originado pelos trabalhadores acaba sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fica cada vez mais rica à custa do empobrecimento do proletariado. Com a colaboração de Engels, Marx escreveu também o Manifesto Comunista, onde não poupou críticas ao capitalismoA teoria defendida por Karl Marx fundamenta – se na crítica radical do capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia. Sob a sua óptica, havia aqueles que possuíam o capital produtivo com o qual expropriavam a maior valia, constituindo assim a classe exploradora (burguesia); de outro lado estavam os assalariados que não possuíam a propriedade (proletários).
Com esta estrutura, Marx acreditava que a Educação era parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes. Desacreditava no currículo que ela traria e na forma como seria ensinado. Defendia a educação técnica e industrial (essas ideias tiveram um impacto posterior na educação, especialmente no que diz respeito à educação tecnológica).
  Karl Marx defendia a educação pública e gratuita para todas as crianças. Esta era, na sua visão, a solução para retirá-las do trabalho nas fábricas. Defendia, ainda, que a educação deveria formar o homem nos aspectos físico, mental e técnico, trazendo os panoramas do estudo, lazer e trabalho. O intuito fundamental deveria produzir seres humanos desenvolvidos integralmente através do trabalho produtivo, escolaridade e ginástica.
       Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. "A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo", diz Leandro Konder, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 
Este notável personagem histórico faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de março de 1883, deixando muitos seguidores de seus ideais. Lênin foi um deles, e, na União Soviética, utilizou as ideias marxistas para sustentar o comunismo, que, sob sua liderança, foi renomeado para marxismo-leninismo. Contudo, alguns marxistas discordavam de certos caminhos escolhidos pelo líder russo.
 Em 1932 foram descobertos e editados em Moscou os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixados inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem; sobre a compatibilidade ou não deste humanismo com o marxismo posterior, a discussão não está encerrada.
Até hoje, as ideias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a ideia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua forma de produção.


           Frase (Karl Marx) :

“Interpretamos (filósofos) o mundo de várias formas, cabe agora transforma-lo.”

Autorretrato (Karl Marx):  





Fonte da imagem: Site Educar para Crescer

SÉRGIO BUARQUE

       Sérgio Buarque de Holanda, brasileiro, nascido em São Paulo foi jornalista, sociólogo e historiador brasileiro e um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, que tentou interpretar o Brasil, sua estrutura social e política, a partir das raízes históricas nacionais. Antes de se tornar historiador e escrever, foi jornalista e tornou-se amigo dos principais representantes do Modernismo, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, e passou a escrever em revistas ligadas ao movimento. Além disso, trabalhou em agências de notícias internacionais e diversos órgãos da imprensa brasileira, como o “Jornal do Brasil” e a “Folha de S. Paulo”, durante muitos anos da sua vida. 
      Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro (1921) e participou ativamente do Movimento Modernista (1922). Formou-se em Direito (1925), pela extinta Universidade do Brasil, mas continuou exercendo o jornalismo e chegou a ser correspondente internacional dos Diários Associados, na Europa. Entrou em contato com o movimento modernista europeu, conheceu a obra do sociólogo alemão Max Weber e presenciou a ascensão do nazismo na Alemanha. De volta ao Brasil (1936), passou a ensinar História Moderna e Contemporânea na então Universidade do Distrito Federal e publicou o seu clássico Raízes do Brasil(1936). 
          Prestigiado internacionalmente, foi para a Itália (1952) e fez parte da cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Roma, durante dois anos. Tornou-se catedrático de História da Civilização Brasileira, USP (1958), onde permaneceu até se aposentar como professor (1969). Em 1979, recebeu o prêmio Juca Pato como intelectual do ano e no ano seguinte, foi membro-fundador do Partido dos Trabalhadores.
 Foi casado com Maria Amélia Alvim Buarque de Holanda com quem teve sete filhos e com quem viveu até a sua morte em 1982. Autor de grandes obras, dentre elas, merecem ainda destaque Cobra de Vidro (1934), Monções (1945) e Visão do Paraíso (1958).

Frase (Sérgio Buarque de Holanda):

"A cordialidade...a lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam com efeito um traço definitivo do caráter brasileiro..."                                                 
                                                                                                                      (Raízes do Brasil, 1936)

“Para estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o panorama da história e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a história.”
                                                                                                                         
Autorretrato (Sérgio Buarque de Holanda):




                                                         

                                                                                          Fonte da Imagem: Brasil Escola (site)

Bibliografia:

Nova Escola – Disponível em:<http://revistaescola.abril.com.br/formacao/john-dewey-428136.shtml> E <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/karl-marx-filosofo-revolucao-428135.shtml> . Acesso em 23 de Nov. de 2014 as 19:00 horas. 

Educar Para Crescer – Disponível em:<http://educarparacrescer.abril.com.br/john-dewey>. Acesso em 23 de novembro de 2014 as 19:00 horas.

InfoEscola – Disponível em:  <http://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/>.Acesso em 23 de novembro de 2014 as 19:30 horas.

Sua Pesquisa – Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/biografias/marx/>. Acesso em 23 de novembro de 2014 as 20:00 horas. 

Brasil Escola – Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biografia/sergio-buarque-holanda.htm> - Acesso em 23 de novembro de 2014 as 22:00 horas.  



domingo, 16 de novembro de 2014

Para entendermos a forma participativa e a visão das mulheres na área da Educação, realizamos uma pequena e curta entrevista com duas mulheres que atuam na área. São elas:

NOME: Leila Diniz Pépice   
                                                                         
FORMAÇÃO:

ü    Mestrado em Ciência da Saúde             
ü    Pós em Psicopedagogia Institucional e Clínica                      
ü    Pós em Literatura Infantil                                                        
ü    Pedagogia
ü    Magistério

ATUAÇÃO:

ü    Diretora de Escola
ü    Vice-diretora
ü    Coordenadora Pedagógica
ü    Professora Educação Infantil
ü    Professora Fundamental I


TEMPO DE ATUAÇÃO: 29 anos e 11 meses


ENTREVISTA: Leila Diniz Pépice

1)- Qual o papel do professor na promoção de uma aprendizagem significativa?

 [Leila]: Por mais estranho que pareça quero iniciar falando um pouco sobre o termo que costumamos usar “dar-aula"; esta expressão já aboli do meu vocabulário, analiso enquanto o "professor dá-aula "o aluno faz o quê???  Esta expressão dar-aula é fruto da era do mundo pronto, dos professores detentores de conhecimento, extremamente técnicos, são termos usados no meu início de carreira, embora ainda notamos professores distraídos que não só utilizam o termo mas vivem e atuam como tal. (...)
Voltando num contexto mundo atual, inacabado e em constante mudança, nós não temos nenhuma aula para dar e sim a construir junto com o aluno; o aluno precisa ser o personagem principal desta novela chamada "aprendizagem"; diante desta realidade, o desejo, a vontade, a curiosidade e a disponibilidade interna para aprender, ganham especial importância e o professor para promover uma aprendizagem que corresponda a algo significativo precisa desafiar conceitos já aprendidos para que eles se reconstruam mais ampliados e consistentes, com isto além de aprendizagem significativa, desperta a sede de aprender.

2)- No seu ponto de vista qual o desenvolvimento da autonomia na sala de aula ao que tange as instruções?

[Leila]: Quanto mais instruções dermos, mais seguidores de instruções formaremos. Não  que as instruções tenham sido banidas do mundo atual, embora tanta tecnologia no ar, mas falo da pouca presença da autonomia dentro das salas de aula.Quando um professor detalha minuciosamente as orientações que acompanham uma tarefa e faz um acompanhamento passo a passo de cada etapa para que todos possam caminhar juntos, ele esta favorecendo a dependência  dos alunos e não sua autonomia.Nesses casos os alunos não se preocupam muito em compreender o que fazem, mas sim em seguirem as instruções do professor, o que lhes vai garantir êxito e não aprendizagens.Desenvolvimento da autonomia na sala de aula está ligado à possibilidades dos alunos tomarem decisões racionais sobre o planejamento do seu trabalho.

3)- Por que o aluno é sobrecarregado com tantas disciplinas, você acha que são importantes? Mudaria isto? 

[Leila]: É uma observação coerente. Realmente o atual currículo do Fundamental II e médio estão sobrecarregado de informações e muitas delas, parecem não ter aplicabilidade, sempre tive muitos questionamentos internos e até externos sobre isto, as vezes pensava, o tempo esta passando tão rápido porque ensinar tantas coisas sem aplica-las, no entanto este modelo de currículo observamos que atende a demanda das universidades no modelo atual de
ingresso "vestibular", contemplar   este rol de conteúdos necessários  serve para uma formação  do aluno e assim prepará-lo para a universidade, e isto  tem sido foco do Ensino Médio; pois propiciando o contato com todas as disciplinas curriculares dá subsídios para que auxiliem também na escolha profissional. Mas a nova proposta para o Ensino Médio prevê a junção destas disciplinas em áreas de conhecimentos, olha que maravilha nem precisamos pensar em muda-los; pois desta forma irão fazer uma organização no processo ensino-aprendizagem de forma a viabilizar o acesso a conhecimentos de forma articulada e significativa, e isto, já falamos na primeira questão.

4)- Como você acha que o professor pode se qualificar e dedicar mais tempo aos alunos?

[Leila]: Pelo tempo na estrada da Educação o professor primeiramente tem que ter consciência desta necessidade, acredito ser o primeiro passo; pois o trabalho do professor para ser bem desenvolvido necessita tempo de preparo, estudo, planejamento, seleção de materiais adequados à aula, interação com as famílias dos estudantes e a comunidade, participar em decisões e formações continuadas. Temos que pensar que a sala de aula só pode ser agradável e proporcionar um bom ambiente de aprendizagem se o professor estiver sempre atento às inovações tanto pedagógicas, quanto a consciência que ele é um guia, um modelo e está construindo vidas, se esta consciência estiver aflorada a qualificação, seu tempo irá surgir e ressurgir a todo o momento, dedicando assim um tempo ideal e qualitativo aos alunos.


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NOME: Daiane V.

FORMAÇÃO: Pedagogia

ATUAÇÃO: Professora Educação Infantil

TEMPO DE ATUAÇÃO: 01 ano e 03 meses

ENTREVISTA: Daiane V.

1)- Na sede de ensino que você trabalha há formação docente? Qual o nível dessa formação?

[Daiane]: Sim, a prefeitura em que eu trabalho disponibiliza diversos cursos, palestras onde você pode se inscrever pelo portal do professor da mesma. Os cursos possuem níveis excelentes, valorizando a nossa formação.

2)- Na sua avaliação como é a disciplina em sala de aula?

  [Daiane]: É um desafio lidar com a questão da disciplina num momento em que o modelo da família no cenário social vive grandes transformações. Hoje, não temos apenas aquela família formada por pai, mãe e filhos. Muitas vezes colocar os limites e estabelecer regras torna-se muito difícil, diante dessa realidade em que os pais trabalham, ficam muitas horas longe dos filhos e delegam para a escola as suas obrigações. Seria necessário criar parcerias com a família para atingir um resultado mais positivo e  isso é muito difícil e complicado.

3)- Qual a sua visão sobre os procedimentos pedagógicos implantados na rede de ensino na qual você faz parte?

  [Daiane]: Sou nova na rede, mas o que percebo é que o planejamento educacional e os procedimentos pedagógicos são atuais e bem planejados. A criança é protagonista e o seu desenvolvimento vem em primeiro lugar. Valorizar o educar e o cuidar são fundamentais para um desenvolvimento pleno. 

4)- Qual sua perspectiva para a Educação e para sua vida profissional?

  [Daiane]: Como professora, espero que a educação seja a cada dia mais valorizada, que seja de fato significativa e que não seja pautada em formar alunos para fazer provas e sim prepara-los para a vida. Na minha vida profissional, eu como professora, espero estar sempre atenta as transformações do mundo e estar em constante aprendizado para não ficar ultrapassada as novas tecnologias e espero principalmente formar pessoas para a vida.  

Diferentes tempos, iguais escolhas.

Decidimos fazer perguntas diferentes e relacionadas ao tempo de trabalho das professoras entrevistadas acima, porém mesmo nas suas particularidades podemos verificar que com pouca ou muita experiência e mesmo que não esteja claramente nas respostas dadas, as professoras entrevistadas possuem ideias semelhantes sobre a educação, ambas demonstram a importância de preparar, planejar suas aulas e principalmente de colocar o aluno como o principal personagem na aprendizagem.
Em relação às dificuldades, apontam questões diferentes e de grande importância para reflexão: A primeira aponta a questão da instrução e a diferença para a autonomia e a segunda aponta sobre a questão da família na educação.
As professoras demonstraram nas entrevistas e em suas fisionomias o que realmente é necessário possuir para qualquer profissão, amor àquilo que é realizado. Agradecemos a participação das mesmas; a entrevista contribuiu bastante para nossa formação. E aos nossos leitores fazemos as seguintes perguntas: Como você vê a educação nos dias atuais? Quais são suas principais dificuldades? O que é necessário para ter sucesso na área?       

Cordialmente,

                                            Lidiany, Aline e Ingrid.